DEPOIMENTOS

COMEÇOU NO NOSSO CASAMENTO

Estou casada com um alcoólico há quase três anos.  Nos três primeiros meses do nosso casamento, alugamos uma casa no campo.  Ambos tomávamos, regularmente, um copo de vermute antes do jantar.  Naquele verão meu marido não ficava, nem completamente sóbrio, nem embriagado: ele simplesmente ficava infeliz.  Ficou claro que as coisas não podiam ficar daquele jeito.  No caminho de volta a New York, durante o fim de semana do Dia do Trabalho, fizemos uma parada para visitar minha irmã.  Mal tínhamos chegado, meu marido começou a beber de verdade.  Ele esteve bêbado todas as noites durante os oito meses seguintes.
 
 
 
 
 
Como eu tinha que tomar a maioria das decisões, ficou a meu cargo encontrar um apartamento.  Decidi que, se meu marido ia continuar bebendo, eu encontraria um lugar para mim, e deixaria que ele ficasse no seu pequeno apartamento de solteiro que ele ainda mantém.  Não estamos vivendo juntos, exceto quando vamos para uma casa de verão e em visitas ocasionais.  Apesar desta não ser uma situação ideal para nenhum de nós dois, sem o Al-anon teria sido impossível.



No primeiro outono do nosso casamento também consegui um emprego e, o que foi ainda mais importante para nós, encontrei o Al-Anon.  Uma das melhores recomendações que recebi do Al-Anon em relação a conviver com um alcoólico ativo, foi a de me manter ocupada, um dia de cada vez.  Embora o trabalho não fosse muito interessante em si mesmo, tanto que finalmente o deixei, era uma forma de manter ocupada.






A primeira coisa que aprendi no Al-Anon foi evitar discussões.  Durante todo o nosso primeiro verão juntos, meu marido e eu nos empenhávamos numa batalha verbal diária.  Uma vez, fiquei tão enfurecida que bati a porta na cara dele.  Outra vez, saltei do carro em movimento.  E numa outra vez, apesar dele ser muito maior do que eu, bati nele.  Confesso que a agressão física era toda de minha parte.  Eu reagia a tudo à minha volta como uma criança ressentida.  No Al-Anon aprendi, muito devagar, a pensar primeiro e a sair de cena por tempo suficiente para me lembrar do quanto é preciso manter a calma, seja qual for a provocação.

Talvez a coisa mais importante que aprendi no Al-Anon tenha sido me soltar e me entregar a Deus.  Nossas vidas não estão em nossas mãos.  Se nos soltarmos e tivermos fé, poderemos nos encontrar em terreno mais firme do que poderíamos alcançar se continuássemos lutando.


Uma das coisas mais difíceis para eu aprender foi viver e deixar viver.  Vim a perceber que é como uma resposta à raiva.  Não há necessidade de impor os meus pontos de vista a outras pessoas, assim como não há necessidade de deixar que os outros me imponham os seus.


 
Em épocas diferentes, partes diferentes do programa Al-Anon parecem importantes.  Temos a esperança de, aos poucos, aprender tudo.  Teresa de Ávila escreveu que Deus uma vez lhe disse Ele jamais me abandonará, mas que eu devo fazer tudo o que estiver ao meu alcance para ajudar a mim mesma.  Quatrocentos anos mais tarde estamos começando a compreendê-la.
 
 
 
TODOS OS SILVAS TÊM PROBLEMAS


 

O Sr. Silva costumava ser capaz de controlar a sua bebida.  Ele ainda acha que pode, mas muitas vezes perde vários dias de trabalho quando sai para se divertir.  Outro dia seu patrão lhe disse que ele teria que deixar de beber ou procurar um outro emprego.

A Sra. Silva não dorme bem e parece perturbada.  Ela se preocupa com as contas e com os filhos, mas nunca consegue discutir esses assuntos com seu marido.



 
Nancy, a filha mais velha, sempre foi voluntariosa.  Ela se cansou de ser amolada e se casou aos dezesseis anos.  Mas ela e o marido não se dão bem. 

João não gostava da escola e a abandonou aos quatorze anos.  Ele fica fora de casa até altas horas e tem amigos dos quais a Sra. Silva não gosta.

 
Ruth tem doze anos.  É nervosa – deve ter saído à mãe.  Sua professora diz que ela é rápida para aprender quando tenta, mas não consegue se concentrar em alguma coisa por muito tempo.


Todos os Silvas têm problemas.  Todos eles são infelizes.  Um é alcoólico.  Também há ajuda para aquelas pessoas muitas vezes esquecidas, os familiares de alcoólicos.  Há ajuda para todos os Silvas.

Os Grupos familiares Al-Anon são constituídos de familiares e amigos de alcoólicos.  Os Grupos Alateen são para filhos adolescentes de alcoólicos.

Neste Blog, veremos histórias de pessoas que estão se recuperando dos efeitos do alcoolismo, a doença da família.  Muitas pessoas se identificaram com as dificuldades discutidas aqui.  Pelo menos, estas histórias nos asseguram de que não estamos sozinhos para enfrentar o problema do alcoolismo.

Um comentário:

  1. Parabéns, o blog está muito bom! Não estamos sozinhos para enfrentar os problemas do alcoolismo. (Membro do Grupo Al-Anon Visão)

    ResponderExcluir

Seu comentário será analisado pelos mediadores do Blog antes da publicação.

Para qualquer ajuda, dúvida ou esclarecimento de cunho pessoal, envie um e-mail para: grupovisao.es@gmail.com

Fraternalmente,

AL-ANON - Grupo Visão, Vitória - ES.